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Tradição que cruza fronteiras: mulheres do Brasil e Chile brilham no Rodeio dos Praianos

Na foto, duas mulheres, trajadas tipicamente segurando equipamentos para montaria de cavalos.
Na foto: Karoliny Lopes e Alicia González

As mulheres cada vez mais estão conquistando espaço na equitação e no trabalho com cavalos, em especial quando se trata da doma treinamento. 

 

A brasileira Karoliny Lopes, uma das raras, senão uma das primeiras mulheres envolvidas na doma de cavalos e Alicia González Silva, fundadora de Amazonas de la Tradición Chilena, serão recebidas, nesta terça-feira, às 19h, pela patronagem e pelas prendas da Seleção Feminina de Laço do CTG Os Praianos, durante o 17° Rodeio Internacional.

 

A presença feminina já chama atenção em um espaço ainda dominado por homens. Porém, Karoliny destaca-se pelo método que utiliza para domar e treinar os cavalos, destacando-se na apresentação de cavalos em suas redes sociais, atraiu olhares do mundo. A abordagem dessa ex-surfista, que nasceu e cresceu nas praias catarinense, para treinar cavalos considerados complexos ou difíceis de manejar, é com foco na confiança e comunicação, desafiam as normas tradicionais. Além da perseverança e paixão, ela incorporou diferentes técnicas conhecidas ao longo de sua trajetória para formar sua forma de trabalho. Seu objetivo é criar cavalos completos, capazes de realizar diversas tarefas, desde o trabalho de campo até competições. 

 

Muitos perguntam de onde veio essa paixão e dom? Karoliny conta que aos 11 anos começou a cavalgar e, aos 13, adquiriu seu primeiro cavalo, que era usado para arar a terra. Foi aí que veio sua paixão. Autodidata, desenvolveu seu método para cuidar do equino. Anos mais tarde conheceu Apache, um Crioulo Tobiano, que foi o start de sua jornada na cultura campeira. Ouvir o cavalo e criar um vínculo, essas são as suas ferramentas. 

 

Mas Karoliny não está sozinha nessa cruzada, percorrendo o Brasil e até outros países, busca parcerias para dialogar, trocar ideias e motivar mais mulheres a unir-se em um movimento feminino em busca de espaço e reconhecimento. Para o rodeio, convidou Alicia González Silva, fundadora de Amazonas de la Tradición Chilena. Essa amazona afirma seu orgulho de ser chilena e huasa, que é essencialmente uma vaqueira chilena, ou seja, uma camponesa tradicional do interior do Chile. Esses personagens são conhecidos por seus trajes tradicionais, sua equitação e sua participação em atividades rurais, como a agricultura e o rodeio chileno.

 

Presença internacional no Rodeio dos Praianos

Alicia é criadora da equipe equestre Amazonas de la Tradición Chilena, sendo uma expoente do rodeio e do movimento de rédeas, com muitas conquistas. Nascida em uma família com longa tradição em rodeios, contou com o apoio do pai e dos irmãos, que a incluíam em todo o trabalho de campo. “Tenho orgulho de ser mulher e huasa chilena, sendo importante para nós mulheres a participação como iguais nos rodeios e nas tradições chilenas”, afirma Alicia.

 

Ela admite que não foi fácil vencer o preconceito e um mundo machista. Mas as mulheres estão conquistando seus espaços. Alicia tem em seu currículo a conquista de vários títulos, além de ter sido gerente do Pelotão Equestre Amazonas de la Tradición Chilena. Ao perceber que haviam mulheres com grandes habilidades nos rodeios decidiu formar uma equipe de amazonas. “O rodeio não é apenas o nosso esporte, a nossa paixão, é também uma profissão”, conclui Alicia.

 

Para o sota-capataz do CTG Os Praianos, Luiz Adauto Costa, receber essas duas mulheres no rodeio é um marco importante para a tradição e para o futuro do movimento. “Estamos mostrando que a tradição não exclui, ela se renova. O talento, a coragem e a paixão pelo cavalo não têm gênero. Karoliny e Alicia inspiram não apenas outras mulheres, mas todos nós, a respeitar e valorizar quem dedica sua vida ao cavalo e à cultura campeira”, destacou Adauto.