
Aumentar a representatividade de um número cada vez maior de mulheres nos rodeios, para preservar e manter viva a cultura e as tradições de cada país, é o objetivo de duas amazonas latino-americanas, uma brasileira e outra chilena, que estiveram visitando o 17° Rodeio Internacional do CTG Os Praianos, na tarde de terça-feira, 29 de abril. Ambas têm em seus currículos muitas conquistas e reconhecimento.
Alicia Gonzales, diretora e criadora da equipe equestre Amazonas de la Tradición Chilena, e a brasileira Karoliny Lopes, uma das raras mulheres que atraiu a atenção pelo seu método autodidata para treinar os cavalos, com uma abordagem na confiança, comunicação, perseverança e paixão, se reuniram com as prendas da Seleção Feminina de Laço do CTG Os Praianos.
Alicia é uma importante expoente do Rodeio e do Movimento de Rédeas, no Chile. “Não queremos competir com os homens, tirar ou ocupar seus espaços. Mas queremos ser reconhecidas em nossas habilidades e competências, sem perder a feminilidade, preservando e mantendo as tradições culturais de cada país”, afirma Alicia.
Segundo ela, cerca de 40 amazonas participam de rodeios no Chile, competindo entre si e após fazendo apresentações culturais, com os trajes típicos da cultura chilena. “Para nós chilenos o mais importante é resgatar e manter as tradições, é esse reconhecimento como patrimônio cultural que queremos obter da Unesco”, complementa Alicia.
Karoliny e Alicia aproveitaram para conhecer o acampamento e a cancha onde estão sendo realizadas as provas da campeira. “Essa pista é maravilhosa, estou encantada com o que estou conhecendo aqui no CTG”, disse Alicia que visita pela primeira vez no Brasil um rodeio e o tradicionalismo gaúcho.
“O que queremos é mostrar nossas competências, nossa cultura, divulgar nossas tradições e sermos reconhecidas como parceiras e não como adversárias nos rodeios”, reafirma Karoliny. Durante o encontro com a patronagem e as prendas do CTG, ambas foram presenteadas com uma peça simbólica da cultura josefense: o tradicional “mata-fome”, recipiente de barro usado pelos oleiros para fazer suas refeições. Retribuindo o presente recebido, Alícia Gonzales entregou ao patrão Dimas Oliveira e ao Sota Capataz Adauto Costa o livro Chilenidad.


